Dicas das Maldivas no modo econômico: a viagens dos sonhos é acessível

  • 31 de março de 2018
Dicas das Maldivas no modo econômico: a viagens dos sonhos é acessível


Maldivas no modo econômico: Como ter uma experiência acessível sem abrir mão de explorar este paraíso ativamente e finalmente tirar do papel a viagem dos sonhos.

 

Antes de mais nada, ninguém quer te induzir em erro, pois não se trata da viagem mais barata que você irá fazer. Mas com algumas dicas, você tornará esse sonho possível e cada vez mais palpável, já que se trata de uma “trip of a lifetime”.

 

 

E não se engane, mesmo no modo econômico, você poderá ter uma experiência magnífica e incrível, e vou te contar o porquê logo à frente. 

 

 

As Ilhas Maldivas estão (ou deveriam estar) nos sonhos de qualquer viajante. O lugar é inexplicavelmente paradisíaco. Sério, demora a cair a ficha.

 

Há alguns anos, quando ainda criança, vi uma foto, digna de proteção de tela de computador, em que havia uns bangalôs sobre o mar e uma água encantadoramente cristalina, logo descobri que se tratavam dessas ilhas que dificilmente se encontra no mapa, mas ficam entre a Índia e o Sri Lanka, um país insular pequeno (o menor e menos populoso da Ásia) e que também já foi colônia portuguesa (1558) por cerca de quinze anos, e conquistou a independência do Reino Unido em 1965.

 

Sempre permeou o mito de um paraíso luxuoso, inacessível à “cidadãos comuns”, o que não deixa de ser verdade, com suas suítes presidenciais a 10.000 dólares a diária, e que, dentre outros motivos, dá ainda mais força essa ideia. Mas pensei comigo como fazer para realizar tal sonho sem necessariamente ter que trabalhar uma vida inteira para tanto?! Felizmente descobri que poderia o sonho se tornar real, e assim, compartilhar e encorajar mais amigos a tirar o sonho do papel. 

 

Sabemos que o destino preferido por casais em lua de mel, mas não se engane, há muito mais que ver e desfrutar que em uma lua de mel visto que o lugar tem uma vida marinha riquíssima e deslumbrante, além de uma gama de atrações, primordialmente aquáticas, a se fazer. 

 

Basicamente, uma viagem pra Maldivas consiste em organizar aéreo + acomodação (e transfer) + gastos durante os dias em que estiver por lá (caso não opte pelo pacote “all inclusive” dos resorts).

 

A vacinação contra a febre amarela é obrigatória para nós brasileiros, e o visto é obtido no desembarque nas Maldivas. Atente-se, caso seu voo até lá passe por países do oriente médio, como Doha (Quatar), Abu Dhabi ou Dubai, nos Emirados Árabes, onde se exige visto de trânsito ou de turismo.

 

Repita-se, não se trata da viagem mais barata, no entanto, há que se considerar que petróleo dentre outros suprimentos - por se tratar de uma ilha distante - são importados, o que transfere os custos de tais itens aos seus visitantes, sobretudo os impostos ali cobrados entre 21 e 23% do valor das acomodações são tributo destinado ao governo.

 

 

Tais itens ao lado, as acomodações, como você mesmo pode pesquisar em plataformas como o booking.com (sou preso a ela por me identificar muito - sorry, airbnb, etc) tendo tudo bem descrito no site, além de um excelente canal de atendimento ao cliente, e que, como ali demonstrado, variam dentre os mais diversos valores.

 

Não posso deixar de compartilhar minha surpresa e espanto quando coloquei sete diárias no booking e me deparei com preços das acomodações com cinco dígitos acima. Pensei, jamais devo conhecer um lugar como esse.

 

 

Mas pensei que deveria haver algum modo, e devo lhes contar que constatei que dificilmente pessoas (pelo menos não em condições financeiras incomuns) passam todos os dias da estada naqueles  bangalôs “overwater” - os quais demandam um montante considerável, algo em torno U$ 600 dólares a diária (excluído o transfer).

 

Aí vai então um fato que irá surpreendê-lo: nem todos os dias nas Maldivas devem ser necessariamente hospedados nos tais bangalôs (pelo menos, não no modo econômico).

 

Os hotéis e inclusive agências de viagens não estranham a ideia de comercializarem a partir de uma diária nestas acomodações, e o restante dos dias em vilas de praia e quartos standarts, que, a propósito, seguem um padrão similar, só não estão sob a água e podem ser encontrados a partir de U$ 140,00/U$ 220 (em 2018).

 

Além mais, nem toda a viagem necessariamente deverá estar hospedada nos resorts e ilhas privativas, tendo em mente que existem no país, ilhas, especialmente em que vivem os populares, e que tornam necessário que estejam as mesmas em condições acessíveis.

 

 

Pense você se um morador local pagaria 340 dólares americanos em um translado de hidroavião para ali se locomover? Obviamente que não, eis que poderia mencionado valor comprometer/representar boa parte do que ganhariam trabalhando ali (uma hipótese).

 

Então, quando você checar o valor das acomodações, uma das principais preocupações que demanda atenção seja relativo aos translados, cujos valores são estabelecidos pelo hotel/resort elegido, uma vez que hotéis, a exemplo do “Anantara Velhi”, resort de luxo que hospedou celebridades como Wesley Safadão - além de alguns amigos um pouco mais abastados financeiramente -  seja próximo de Malé (a capital) e que por isso não seja necessário tomar um hidroavião, tão somente um speedboat, com duração de cerca de trinta minutos, para chegar até lá, cobrado pelo hotel em torno de 240,00 dólares por pessoa, não inclusivo na diária mas pago diretamente no momento da chegada.

 

Outros resorts, no entanto, especialmente “private islands”, só se chega de hidroavião, e ainda existem outros que, além de um hidroavião até determinado ponto, seja necessário continuar o trajeto em um “speedboat” para acessar o local, isso tudo bem relatado na descrição do hotel/resort no booking.com. Ressaltando que o custo do translado também é tributado pelo governo, como citei antes.

 

 

As opções são infinitas o que pode tornar ainda mais inconclusiva o fechamento de uma viagem. Mas vamos lá.

 

Um parêntese. Apesar de concordar que se trata de uma experiência incrível tomar o tal hidroavião, em mente a vista que proporciona o paraíso visto de cima, considero que, devido a distância que nosso país se encontra e a quantidade de voos a serem tomados até finalmente desembarcar nas Maldivas, tomar um voo a mais (em hidroavião), é uma questão bem particular, além da viabilidade econômica do orçamento que deva ser considerado. Seria como ir de Las Vegas ao Grand Canyon de helicóptero, enquanto existem opções mais viáveis. Jamais há que se pensar em censura em quem o faz, sendo tal menção da viagem em helicóptero por não coadunar com o propósito do post.

 

Assim, meu caro, uma dica que dou é que, meia hora antes de seu voo internacional aterrissar nas Maldivas no Velana Airport Internacional, há cinco minutos da capital Malé, prepare a câmera para alguns registros aéreos incríveis das ilhas.

 

Para os que gostariam de viver a experiência de sobrevoar as ilhas em hidroavião, em Maafushi, por exemplo, existe ainda a opção de contratá-lo para um voo de cerca de 45 minutos pelo valor de U$ 1.500 dólares, em que permite até 10 pessoas, e que sairia 150 dólares para cada, organizado por agências locais.

 

Prosseguindo, vale mencionar que nas ilhas habitáveis por populares existem os ferrys públicos, a partir de um dólar; a desvantagem é que os mesmos possuem horários restritos e previamente definidos, às vezes limitado a um por dia, e seguem um trajeto específico pelos Atóis, não abrangendo as ilhas privadas, que só embarcações autorizadas ancoram, no entanto, nas ilhas mais acessíveis, você pode contratar translado por 25 dólares cada trecho.

 

As mencionadas “ilhas acessíveis” são, por exemplo: Guraidhoo, Fulidhoo, e Maafushi, sendo esta última a que me hospedei.

 

Em Maafushi, em cada refeição você pode despender entre oito e doze dólares por cada, sem perder a qualidade da comida, sobretudo para o paladar ocidental.

 

 

Na mencionada ilha, especificamente, existe a proibição de uso de roupas de banho (sungas, biquínis) em áreas de comum convivência, ao passo que existem em um determinado lado da (consideravelmente pequena) ilha a “public beach” e a “biquíni beach” em que tais trajes podem ser usados sem preocupação.

 

Você deve ter em mente que se tratam as Maldivas como um todo de um país islâmico, o que significa que bebida alcoólica seja estritamente proibida. No entanto, como o turismo seja uma das principais atividades econômicas, existem as exceções. Nos resorts, pode-se beber enquanto o bar estiver aberto e nos quartos. E no caso de Maafushi, anota aí um fato - descoberto quase no final da viagem - existe um “floating bar” há cerca de 200 a 400m do Porto principal em que você poderá tomar cerveja, champanhe, vinho ou whisky a preços, não necessariamente baratos, todavia, mais atrativos que nos resorts.

 

Isto significa que em dois ou três minutos de translado (sem custo, só solicitar) você acessa um barco ancorado a poucos metros da praia, em que a restrição de bebida alcoólica não é aplicada, ou seja, você teria tudo o que um resort pode oferecer, além de em Maafushi organizam jantares à beira-mar, e encontra atividades aquáticas com preços mais atrativos, garantindo que você tenha à disposição uma experiência completa, que atenderá bem aos seus anseios neste paraíso.

 

Nesse ponto, devo lhe dizer que, mesmo Maafushi sendo uma opção mais econômica, o mar é o mesmo, e não deixa nada a desejar quanto às demais ilhas, pois o lugar é incrivelmente lindo e as pessoas amigáveis, tendo você à disposição hotéis de excelente categoria como Kaani Grand Seaview (em frente à Biquini Beach) e Arena Beach Hotel - estes são umas das melhores opções da ilha - média de U$ 80,00 dólares/diária, sem falar de excelentes pousadas ou “guesthouses”, a partir de U$ 50/60 dólares por dia, onde o tratamento é amigável e são confortáveis, mas sem excessos.

 

Dica valiosa: o restaurante situado no Velana Hotel, no lado oposto às praias públicas, é excelente e a comida é preparada por chefs, meu caro. Com pratos a partir de U$ 9,00/11,00, e prato principal e sobremesa por U$ 16,00/20,00. Segui a dica da instrutora do mergulho e as demais refeições desde então foram todas lá. Satisfação garantida.

 

 

Mesmo assim, caso você, assim como eu, ainda queira conhecer os famigerados resorts, existe a opção do "day-use", ou seja, você pode passar o dia em alguns resorts que, a partir de Maafushi de onde se organizam excursões diárias. O esquema é: praticamente TODAS as pousadas e hotéis em Maafushi tem convênios com resorts nos arredores, atingidos de speedboat em vinte ou até quarenta e cinco minutos, dependendo da distância do que você escolher.

 

 

Muito interessante e atrativo, portanto, essa espécie de relacionamento/convênio com a maioria dos resorts, proporcionando passar o dia nos mesmos, tirar fotos próximo dos bangalôs, e no valor cobrado na excursão está incluso almoço e bebidas ilimitadas (alguns são bebidas pré selecionadas) tudo por cerca de 110 a 150 dólares por pessoa em média, também neste valor incluso o transfer até cada um deles. Você pode inclusive usufruir de "day-use" nos bangalôs sobre a água (!!!) porventura vagos, mas que deverão ser arranjados diretamente com o resort quando chegar.

 

As exceções às comidas e drinks ilimitados estão no Taj Exotica, em que o "day-use" - cerca de U$ 170,00 p/pessoa é somente para usar a estrutura da ilha (poxa), e no Anantara Velhi que, do valor de U$ 240,00 p/pessoa, incluído o transfer até lá,  U$ 110,00 dólares são revertidos em consumação, mas que infelizmente não deu para conhecer devido à sua superlotação nas acomodações da ilha (fui em fevereiro/18, o auge da alta temporada).

 

Por outro lado, recomendo vivamente o day-use do Centara Ras Fushi, sério! Em que pese os bangalôs de lá não serem os mais bonitos, a piscina com borda é incrível, areia incrivelmente branca, estava incluso atividades como stand-up paddle, caiaque, snorkeling, excelente almoço com diversas opções, sobretudo, os drinks ilimitados, desfrutando de espumantes, caipirinhas, dry martinis, margueritas e whiskis e cervejas selecionadas, Calsberg e Lion, sendo somente a Corona vendida a U$  7,00 dólares e alguns outros drinks pagos a parte.

 

 

Portanto, o “day-use” vai lhe permitir então desfrutar e percorrer os resorts desde as oito/oito e meia até cinco ou seis da tarde, quando se deve tomar o barco de volta à Maafushi, mas de quebra você pega um sunset incrível neste paraíso a.k.a. Maldivas (ou seria o contrário?).

 

 

Como mencionado, U$ 150 dólares por dia não é barato, é um valor considerável mas que confrontados com os 600 dólares da diária, de média, representam menos de quatro vezes o valor cobrado para ficar nos bangalôs sobre a água. Sem contar que do valor pago aos resorts  seja acrescido o custo relativo ao transfer que varia entre 120, 240, ou mesmo 360 dólares por pessoa se utilizado hidroavião, que são cobrados em apartado.

 

Então, a esta altura, se você me perguntar qual hotel/resort escolher, e eu lhe digo: Depende! "It's up to you".

 

Depende especialmente do que você não abre mão em uma acomodação. Se deve ter banheira, jacuzzi ou piscina privativa. E nesse quesito, por isso volto a mencionar minha preferência pelo booking.com que discrimina tudo, além de cuidar para assegurar nenhuma dicotomia entre as fotos contidas no site com as acomodações reais.

 

Minha estadia nas Maldivas se resumiu em uma semana - lembre-se, quanto mais dias, mais gastos - e a princípio previ os primeiros dias em uma pousada (U$ 70,00 dólares a diária) e uma última diária num resort em um bangalô sobre a água com jacuzzi (Paradise Island Resort), reservado no booking, e que acabei cancelando (gratuitamente) no dia anterior ao check-in pela experiência que tive com os day-use muito bem aproveitados que me atenderam satisfatoriamente e me encantaram, sendo ao fim, entendi ser desnecessário tal extravagância, poupando U$ 530,00 dólares + U$ 104,00 dólares relativo ao transfer, praticamente o valor gastos nos dias anteriores. 

 

Devo citar pousadas como Faza View Inn, e Arora Inn, com quem mais mantive contato, sendo que reservei esta última pela plataforma de hotéis da Smiles (ué? mas e o booking, falsiane?), e assim, ganhei 10.000 milhas pelos dias que ali me hospedei. E para a última diária, como dito anteriormente, o resort eleito foi o acessível “Paradise Island Resort”, [esse sim] pelo Booking.com, com o qual cancelei grátis no dia anterior ao check-in, e ficando mais uma noite na pousada Arora Inn, pela satisfação, cordialidade e simpatia do proprietário.

 

A pousada era tranqüila e possuía quartos com ar condicionado e camas confortáveis,  providenciava sem custo adicional máscara e óculos para snorkeling, toalhas para a praia, 2 garrafas de água por dia mediante solicitação, café da manhã, amenidades de banho, tudo isto contribuiu para que me hospedasse a última noite. E ainda organizou transfer de ida e, por fim, de volta ao aeroporto por R$ 25,00 dólares cada trecho.

 

Ao passear pela ilha, você encontra diversas excursões para day visit, além de snorkeling em áreas além de Maafushi, Dolphin Cruise, Passeios em bancos de areia, pesca noturna, ou seja, atividades diárias que, se você gostar de vida marinha, não te deixam entendiado.

   

Em suma, nos meus muitos meses de pesquisa de acomodações, gostaria de destacar a você que pretende mesclar acomodações mais econômicas com uma diária ou um período em um resort, as melhores opções, em ordem decrescente, são: Niyama Private Islands, Taj Exotica, Anantara Velhi, Olhuveli Beach Resort & Spa, Centara Ras Fushi, Adaaran Prestige Vaado, Paradisee Island Resort, Fihalhohi Island Resort, etc.

 

Quanto ao aéreo, dê uma olhada no site da Smiles que emite passagens com milhas através da Quatar, Etihad e Emirates dos respectivos hubs até Malé, com trechos a partir de 25.000 e entre 35.000 milhas (usei milhas + dinheiro - 12.000 + R$ 700,00, respectivamente), combinando o trecho do Brasil com algum destino na Europa, África do Sul, Índia ou até mesmo Sri Lanka, já que não existe voo direto até as Maldivas.

 

Espero ter ajudado com as informações acima, um pouco de tudo o que eu gostaria de ter sabido antes da viagem, e no modo econômico ou não, as Maldivas é um destino dos sonhos, cuja definição de paraíso na terra é o melhor adjetivo a ser empregado.

 



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Sobre o Autor

Jesiel Rodrigues da Silva

Advogado de Goiânia apaixonado por viagens @jedielrodr

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